Pindamonhangaba/SP, lugar onde se fabrica anzóis

Museu Histórico e Pedagógico D. Pedro I e D. Leopoldina
Museu Histórico e Pedagógico D. Pedro I e D. Leopoldina

Pindamonhangaba em Tupi Guarani significa "lugar onde se fabrica anzóis", Pindá (Anzol) Monhang (Fazer) Aba (Lugar).

Banhada pelo Rio Paraíba do Sul, ele teve importância fundamental na evolução da cidade. Pelo rio, além de fornecer o alimento aos povos indígenas que ali viveram, também transportou outros alimentos como grãos, leite e gado. Atualmente, o rio serve como campo e treinamento de batalhões do Exercito e para romaria fluviais de pescadores em direção à Basílica de Nossa Senhora de Aparecida.

Poucos sabem que a cidade é a capital nacional da reciclagem do alumínio; que em 1942 foi criada por Bertha Celeste Homem de Mello em concurso nacional da Rádio Tupi do Rio de Janeiro, a versão brasileira da canção de aniversário Happy Birthday, o nosso Parabéns pra Você. Em Pindamonhangaba também nasceu o atleta que lançou o país no mundo internacional do atletismo, João do Pulo. Foi o berço da centenária Estrada de Ferro Campos do Jordão, idealizada pelos médicos sanitaristas Emílio Ribas e Vitor Godinho para o transporte de pacientes com destino a Campos do Jordão para o tratamento do mal da virada do século, a tuberculose! Pindamonhangaba também abrigou fazenda centenária pioneira na região em transformar o arroz em papelão e, anos mais tarde, a cana em cachaça. Também foram nos campos de arroz de Pindamonhangaba que nasceram as primeiras pesquisas sobre o arroz preto e vermelho e que agora fazem parte do cardápio de grandes chefes de cozinha das grandes capitais.
Nas terras de Pinda também descansam figuras de destaque. Amancio Mazzaropi está sepultado no cemitério municipal junto de seu pai e sua mãe, assim como 14 pindamonhangabenses que integravam a Guarda de Honra de D. Pedro I, no mausoléu da Igreja de São José.
Figuras políticas de destaque também são filhos de Pindamonhangaba, o ex-Governador Geraldo Alckmin e o Deputado Federal Ciro Gomes.

Desenvolvimento

Em fins do século XVII, Pindamonhangaba vivia apenas da agricultura de subsistência. No início do século XVIII, alguns pindenses saem para a Serra da Mantiqueira e para Minas Gerais para desbravar novas terras e acabam beneficiando a Vila e o Vale do Paraíba com o ouro ali encontrado, mas em torno de 1778 o ouro começa a escassear e estanca a economia de Pindamonhangaba e do Vale do Paraíba.

Por volta de 1789, para suprir as necessidades trazidas pela falta de ouro, o Vale acha na agricultura do café uma saída para a economia.

Durante o século XVIII, além do café, desenvolveu-se também em Pindamonhangaba uma atividade agropastoril, com predominância da cultura de cana-de-açúcar e a produção de açúcar e aguardente em engenhos. Durante o período do café no Brasil, a cidade viveu sua fase de maior brilho e se destacou no cenário Nacional. O ciclo do café floresceu no Município a partir de 1820, e Pindamonhangaba se tornou um grande centro cafeeiro, apoiado em suas terras férteis e na mão de obra escrava. Entre 1840 e 1860 Pindamonhangaba atinge o auge da nobreza, tornando-se a maior produtora de café da região. Nessa época, foram construídos o Palácio Dez de Julho, o Palacete Visconde da Palmeira, o Palacete Tiradentes, a Igreja São José e a Igreja Matriz Nossa Senhora do Bom Sucesso, que ainda hoje são marcos da riqueza produzida pelo café.

A nobreza rural neste período esteve bem representada em Pindamonhangaba:

Custódio Gomes Varella Lessa (?-1855), Barão de Paraibuna
Manuel Marcondes Oliveira Mello (1780-1863), primeiro Barão de Pindamonhangaba
Francisco Marcondes Homem de Mello (1804-1881), segundo Barão e depois Visconde de Pindamonhangaba
Antonio Salgado da Silva (1805-1888), Barão e depois Visconde da Palmeira
Ignácio Bicudo de Siqueira Salgado (1812-1894), Barão de Itapeva
Antonio Vieira de Oliveira Neves (1815-1905), Barão de Taubaté
Benedita Bicudo Varela Lessa (1822-1906), Viscondessa de Paraibuna
Manuel Ignácio Marcondes Romeiro (1825-1890), Barão de Romeiro
Francisco Ignácio Marcondes Homem de Mello (1837-1918), Barão Homem de Mello
Elói Bicudo Varela Lessa (1844-1922), Barão de Lessa

Em meados de 1870, com o esgotamento das terras, o movimento abolicionista e a produção cada vez maior do Oeste paulista, acontece o início da decadência da cultura cafeeira de Pindamonhangaba, que se extinguiu no final da década de 1920, não tendo resistido aos golpes produzidos pela exaustão das terras, a libertação dos escravos e a crise econômica mundial. A partir daí Pindamonhangaba passa por mais um de seus graves períodos de estagnação econômica. Com a chegada de algumas famílias vindas principalmente de Minas Gerais, a economia de Pindamonhangaba passou a se apoiar na constituição de uma importante bacia leiteira, em extensas culturas de arroz e na produção de hortigranjeiros. Foi uma época de pequeno crescimento econômico, que se estendeu até o final da década de 1950, quando o Município entrou no ciclo pré-industrial, com o beneficiamento de produtos agropecuários, principalmente o arroz e o leite, movimentando a economia local.. O período de 1970 a 1985 foi, para Pindamonhangaba, uma fase de crescimento industrial extremamente acelerado, com a implantação de grandes indústrias, crescimento do comércio e da população, mudando profundamente, a face do Município.

Entretanto, com a implantação do Polo Vale do Paraíba da Agência Paulista de Tecnologias em Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo que tem a missão de coordenar e gerenciar as atividades de ciência e tecnologia voltadas para o agronegócio, fez aquecer diversas culturas com grande potencial de crescimento tais como a piscicultura, os sistemas agroflorestais, alimentos orgânicos e as plantas alimentícias não convencionais (PANCs).

Turismo

Os limites da cidade se estendem até a Serra da Mantiqueira o que lhe proporcionou criar e reconhecer dois importantes núcleos turísticos, o balneário do Piracuama e o do Ribeirão Grande, regiões ricas em recursos hídricos onde concentram as águas que descem da montanha.

Localizados na margem esquerda do Rio Paraíba do Sul, aos pés e encosta da Mantiqueira, respectivamente, os dois núcleos apresentam águas cristalinas e mata preservada. Cachoeiras, córrego, a paisagem que as montanhas proporcionam e a cultura caipira resgatada nas propriedades rurais fazem também do turismo rural e ecológico, outro fator de desenvolvimento local.

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Fundação

Primeira teoria

A região da atual Pindamonhangaba foi ocupada por portugueses pelo menos desde 22 de julho de 1643, registro mais remoto da ocupação por um certo capitão João do Prado Martins. Seis anos depois, em 17 de maio de 1649, a área foi formalizada como uma sesmaria e doada ao capitão. Parece não haver informação sobre o que ocorreu entre esta data e 12 de agosto de 1672, portanto 23 anos depois, data do primeiro registro da construção de uma capela em homenagem a São José pelos irmãos Antônio Bicudo Leme e Brás Esteves Leme, filhos do bandeirante Brás Esteves Leme, que fundaram a povoação de São José de Pindamonhangaba, tendo o padre João de Faria Fialho como primeiro vigário. Os irmãos Leme teriam adquirido da Condessa de Vimieiro essas glebas de terra ao norte da Vila de Taubaté, à margem direita do Rio Paraíba do Sul. A capela foi edificada no alto de uma colina, exatamente onde hoje se localiza a Praça Padre João de Faria Fialho, conhecida como praça do Quartel.

Baseado nesta teoria, em 7 de dezembro de 1953, o então prefeito Caio Gomes Figueiredo (1952-1955 e 1969-1972) oficializou, pela Lei 197, a data de 12 de agosto de 1672 como a data da fundação de Pindamonhangaba, tendo como fundadores, Antônio Bicudo Leme e Brás Esteves Leme. Esta lei, porém, foi revogada em 1973, como se verá a seguir.

Segunda teoria

Igreja de São José, construída por volta de 1848
No início do Século XVII, sesmarias foram sendo concedidas na zona de Taubaté – Pindamonhangaba – Guaratinguetá, destacando-se uma que foi concedida em 17 de maio de 1649 ao capitão João do Prado Martins na paragem chamada Pindamonhangaba. De acordo com a respectiva carta de doação, esse povoador, vindo de São Paulo com a família e agregados, já estava de posse de suas terras, naquela paragem, desde o dia 22 de julho de 1643. Por esta teoria, seria então a data de fundação de Pindamonhangaba, pois o sítio então aberto por João do Prado se situava no mesmo rocio da futura vila e cidade de nossos dias. A partir daí, da paragem à margem direita do Rio Paraíba do Sul, teria se formado um bairro dependente de Taubaté, para onde foram afluindo novos povoadores e moradores. Começou a funcionar, no povoado, uma igreja, de porte pequeno, cujo orago era Nossa Senhora do Bom Sucesso. A sua ereção foi devida ao padre João de Faria Fialho, considerado, segundo esta teoria, o fundador de Pindamonhangaba. Aquela antiga igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso, edificada na atual praça Padre João de Faria Fialho ou praça do Quartel, cedeu seu orago para o novo templo, construído em 1707 pelo mesmo sacerdote, onde é a atual capela mor da Matriz (Santuário Mariano Diocesano).

Data oficial da fundação
Diante das incertezas históricas sobre a data de fundação (12 de agosto de 1672 pela primeira teoria ou 22 de julho de 1643, pela segunda teoria), o prefeito João Bosco Nogueira (1973-1976 e 1983-1988) [13] promulgou a Lei Municipal n° 1336, de 9 de março de 1973, oficializando a data magna do município como sendo a data da emancipação política, 10 de julho de 1705, revogando a lei anterior. Esta data permanece a oficial até que seja encontrada de forma documental, a verdadeira data da fundação.

Fontes:  IBGE / Wikipedia / Guia Nascentes do Rio Paraíba

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